Economia e Cia
1º Seminário Economia Circular discute políticas públicas e parceria com Fundação Ellen MacArthur
- Subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Cristina Reis, destacou a relação entre Transformação Ecológica e a geração de empregos.-
Transformação Ecológica foi tema de debate no “1º Seminário Economia Circular: Promovendo diálogos para novas políticas públicas”, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) da Presidência da República, em parceria com a Fundação Ellen MacArthur (foto), na quinta-feira (11/4), no Palácio do Planalto, em Brasília.
O evento teve como objetivo oferecer subsídios sobre mecanismos e estratégias de transição da economia linear para a economia circular, a partir da visão de diferentes atores para qualificar o debate e a elaboração de recomendações ao presidente Lula.
Representando o Ministério da Fazenda, a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Cristina Reis, participou de painel para destacar a relação da economia circular com a Transformação Ecológica e a geração de empregos. Para contextualizar sobre o tema, ela apresentou as diretrizes, os eixos e o conjunto de instrumentos do Plano de Transformação Ecológica conduzido pela Fazenda, que tem como objetivos o emprego e a produtividade, a sustentabilidade ambiental e a justiça social.
Segundo a subsecretária, o Plano de Transformação Ecológica vai aperfeiçoar o cenário de financiamento, regulação e tributação, incentivando a transição energética, o adensamento tecnológico, a bioeconomia e a economia circular.
Cristina destacou que o desafio atual é entender o novo paradigma dos processos produtivos da economia circular. “O que eu queria deixar de recado principal é que precisamos pensar em economia circular não só como aquela pauta do consumo ao início do processo produtivo, precisamos entendê-la durante todo o processo produtivo e em todos os setores, não é somente uma questão de resíduos, é uma questão da agricultura, da pecuária, da indústria e até mesmo dos serviços”, disse.
Beatriz Luz, fundadora da Exchange 4 Change Brasil, foi a mediadora da discussão e observou que “o primeiro grande aprendizado é que a tecnologia é somente uma parte da equação para a economia circular. Então, é preciso trabalhar multisetores, a integração da cadeia produtiva e essa visão sistêmica em todas as nossas ações, incluindo o financiamento para novos modelos de negócio”, citou.
Participaram também do painel Adriana Marcolino, conselheira do CDESS e coordenadora de produção técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e Márcio Henriques, da Gerência de Inteligência de Mercado do BNDES.
- Economia Circular -
A economia circular consiste em uma estrutura de soluções sistêmicas que enfrenta desafios globais como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, resíduos e poluição. Na economia atual, nós retiramos materiais da Terra, fazemos produtos a partir deles e, no final, os descartamos como resíduos – o processo é linear. Em contraste, na economia circular, evitamos produzir resíduos desde o início.
A economia circular é baseada em três princípios, orientados pelo design: Eliminar resíduos e poluição, Circular produtos e materiais (no seu valor mais alto), Regenerar a natureza. A economia circular é sustentada pela transição para energias e materiais renováveis e dissocia a atividade econômica do consumo de recursos finitos. Trata-se de um sistema resiliente e positivo para as empresas, para as pessoas e para o meio ambiente. Todos os elementos do nosso sistema de extrair-produzir-desperdiçar precisam mudar: a maneira como gerenciamos recursos, o modo como fazemos e usamos produtos e o que fazemos com os materiais posteriormente. Só então poderemos criar uma economia circular próspera e capaz de beneficiar a todos dentro dos limites do nosso planeta.
- Uma maneira de transformar nosso sistema -
O que é necessário para transformar nossa economia baseada no descarte em uma que elimine os resíduos desde o princípio, circule os recursos e regenere a natureza? A economia circular nos dá as ferramentas para enfrentar as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade ao mesmo tempo, sem deixar de atender a importantes necessidades sociais. Ela nos dá o poder de aumentar a prosperidade e gerar mais empregos e resiliência e, ao mesmo tempo, reduz as emissões de gases do efeito estufa, o desperdício e a poluição.